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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Primeira semana de dezembro de 2008

Voltei ao trabalho no dia 01 de dezembro. Dia 04 de dezembro foi minha primeira sessão de quimioterapia. É uma casa bonita, na avenida Europa, com muitas árvores e passarinhos pra se distrair. A Raquel e o Flávio foram comigo, o enfermeiro Alexandre me deu as recomendações necessárias, dra. Mariana veio me ver. Desde então, acostumo-me com alguns termos, como ABVD (iniciais dos medicamentos que tomo), hemograma, neutrócitos, leucócitos, glóbulos vermelhos, anemia... Enfim, exames de sangue (nem tenho mais medo de agulha) e umas 3 horas de poltrona até todo o remédio ser aplicado.

Há também os tratamentos / exames paralelos. Não daria tempo para colher óvulos e congelar, então o jeito foi tomar uma injeção chamada Zoladex, por indicação da ginecologista, que protege os ovários enquanto estiver em tratamento. Desta fez a Sul América me deixou na mão: tratamento preventivo não é coberto pelo convênio, teria que pagar. Entra em cena o tio Ronaldo, que gentilmente cobriu esta despesa. O pet scam de abdômem também não daria pra pagar, e o convênio não cobriu novamente. Mas desta vez o Incor me acolheu, com uma guia da Secretaria de Saúde sabiamente conseguida pela Raquel. No dia do exame a reunião com o cliente teve que ficar em segundo plano. E a gente começa a lidar com imprevistos.

Com a primeira sessão de quimio saberíamos como meu corpo iria reagir. Enjoo, vômitos, tonturas e afins eram previstas, mas não a bacteremia que veio logo após o término da sessão. Tremia feito vara verde, de frio, e foi necessário resgatar o médico que estava de saída da clínica para me atender junto com os 3 enfermeiros presentes. Bom, ainda tinha a Raquel e o Flávio pra me acudir, mas foi preciso uma dose de alguma coisa, mais oxigênio, pra voltar ao normal. E assim terminou meu dia 04 de dezembro. Passei bem à noite, sexta feira não fui ao escritório e fiquei em home office. Era preciso ver como o corpo se comportava. Leve enjoo e só. Ainda bem.

No dia 02, junto com pizza e pudim de chocolate, foi a vez de contar para a minha vó o que eu de fato tinha. Falei até onde ela queria ouvir. Quando parou de perguntar, parei de responder. Dois dias depois ela tirou as dúvidas com a tia Meirinha, e me ligou para perguntar como tinha sido minha primeira sessão, como eu estava, e que eu iria ficar boa. Minha vó tem 70 anos. Teve câncer de mama aos 50 e poucos, mais ou menos há 15 anos. Acompanhei de perto, morava com ela. E contar para ela que eu também estava com câncer era meu maior receio, pois não queria que ela ficasse muito mal. Hoje, a cada 15 dias ela me liga para saber como estou. Obrigada, vó, e a todos que torcem por mim.

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