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segunda-feira, 13 de maio de 2013

13 de maio

Hoje é dia de Nossa Senhora de Fátima. Antes que perguntem, não sou devota a ela, mas hoje vi uma cena muito bonita, que compartilho com todos.

Estava na academia, 8:30 da manhã, quando vejo a Ana Maria Braga, em seu programa, receber a imagem em seu santuário, direto de Fátima, em Portugal. A apresentadora é grande devota, especialmente durante / depois do câncer que teve, no início da década de 2000. Ela fez a peregrinação algumas vezes a Portugal, sempre acompanha as ações por aqui, e hoje ela simplesmente agradece pelas graças alcançadas. Eu acho muito bonito quando as pessoas só agradecem aos santos de devoção, não ficam pedindo milagres ou coisas impossíveis. É como se agradecessem pela presença do santo em sua vida, dessa proteção que não se vê.

Eu não tenho esse apego a santos nem a religião alguma. Quando cantava no coral, tinha preferência pelas músicas sacras, pois uma vez ouvi que "oramos enquanto cantamos" e achei que fazia sentido. Não acho que minha cura seja um milagre. Acho que foi um trabalho conjunto de vários anjos da guarda - na terra e no céu. Acho muito simplista e nada justo com os médicos e profissionais que me acompanharam (e ainda acompanham) atribuir minha cura a um santo. Especialistas de várias áreas e religiões reconhecem o poder da fé em tratamentos, não questiono; mas é a fé em mim que me moveu. É a fé que eu estava fazendo meu melhor, que eram as melhores opções que eu tinha. E sempre reconheci ser uma pessoa de sorte, por ter acesso e recursos pra me tratar, por não ter tanta reação à quimio... isso não me faz uma pessoa especial. Isso me faz particular, específica.

Tenho consciência de que muitos casos médicos e suas curas são atribuídos a milagres. Eu sou muito cética (percebe-se). Eu acho também que não dá pra deixar tudo na mão dos santos, "faça-se a sua vontade" - profissionais da saúde existem por uma razão. Se é um trabalho conjunto, anjos, santos e médicos, cada um faz a sua parte - principalmente paciente - e aí a coisa anda melhor. E se a sua crença não incluir anjos ou santos, fique à vontade para trocar essas palavras pelo que lhe convier.  Sentar e esperar por dias melhores é muito cômodo. E acomodada eu nunca fui.