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quarta-feira, 14 de setembro de 2016

14 de setembro

Parece uma eternidade, né? Desde janeiro, no único post do ano até agora, até esta mensagem.

Até julho não havia muitas mudanças na minha vida. O emprego, o casamento, o cachorro (se ainda não falei dele é só acompanhar estrepolias no Instagram @ze_ocao).

Mas em algum momento de julho tudo começou a mudar. E hoje já são 12 semanas de um serzinho crescendo na minha barriga. Em março chega gente nova em casa. Um menino ou uma menina, não sabemos ainda.

Ter um filho depois da quimio é um dos grandes desafios de quem passou por tratamento de câncer. Engravidamos 7 anos depois de terminar o tratamento, 2 anos depois da alta total e irrestrita. Quando minha fertilidade já estava pequenininha, não só pelo histórico quanto pela idade, pois já passei dos 40, afinal de contas. Ouvimos histórias de casais que tentam anos a fio, tentam fertilização, fomos atrás disso também, mas o financeiro não ia ajudar a gente a seguir este plano. E aí eu engravidei.

Isso tudo pra dizer que dá tempo. Tem jeito. Boa sorte a quem ainda está tentando, saúde a quem está na mesma fase que eu, e boas vindas pra quem está chegando.

Até mais!

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

26 de janeiro

Antes de tudo, feliz ano novo! 2016 bate à porta com novos desafios, mais trabalho e mais planos. É assim que tem que ser, não é mesmo? E que seja produtivo, isso sim!

Esse post é pra falar de duas coisas: mais gente conhecida é diagnosticada com linfoma. E aumenta a torcida por um tratamento digno, bem sucedido, que tenha o menor impacto possível na rotina da família, pois dessa vez tem criança no meio e faz diferença. Imagina a cabeça de alguém com 9, 12 anos ao ver a mãe superar sessões de quimio? Precisa de paciência e sabedoria, acima de tudo. Precisa de suporte, precisa de amor. Boa sorte!

A segunda coisa é que o câncer está em destaque na imprensa essa semana. Tem matéria sobre tratamento na Veja e tem capa na Época, com um jornalista diagnosticado (não com linfoma). A experiência dele é bem parecida com a minha - não de tratamento, mas das pessoas ao redor, dos mais velhos que não tratam a doença pelo nome, da necessidade de falar sobre o assunto, a convivência com outros pacientes, o medo constante. Eu nunca tive medo de morrer, ou de não ficar curada. Meus medos eram futuros, não presentes; eram consequências do tratamento, não de não reagir a ele. O trabalho como suporte, ocupar a cabeça. E a necessidade de escrever.

O blog está desatualizado, eu sei. Mas ele permanece no ar justamente pela necessidade que as pessoas ainda tem de saber como ler um hemograma, como funciona um tratamento, inúmeras dúvidas que ainda pairam, por mais que você tenha um ótimo médico. Use fontes seguras para esclarecer dúvidas, blogs são ótimos para relacionamento, mas não confie sempre no Dr Google. Eu conto o que serviu pra mim, os passos do meu tratamento. O fato de eu não ter perdido cabelo durante a quimio e me coloca nos 10% dos pacientes que passam o mesmo... O tratamento de câncer tem tudo, menos certezas. Ninguém tem certeza de nada, mas todo mundo quer a mesma coisa.

Um abraço

Juliana