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domingo, 27 de fevereiro de 2011

27 de fevereiro

Ontem estava no salão de beleza e ouvi uma moça falando para sua manicure que não era necessário fazer as unhas, ou melhor, tirar a cutícula. "Eu tive câncer de mama, e depois do tratamento, essa mão ficou assim. Só precisa tirar da mão direita, e olhe lá. Vamos só esmaltar então."

Não abordei a moça, mas não pude evitar em ser solidária. Não sei seus pormenores, mas lembro que durante meu tratamento uma das principais orientações médicas era não me machucar, principalmente em coisas como manicure e afins, pelo risco de infecção - estar com a imunidade mais baixa é um grande chamativo pra isso...

Sou bastante fiel a manicures e não parei de ir ao salão na época das quimios. Nessa época, frequentava sempre a mesma, com a recomendação duplicada de cuidado: se não pudesse, não era preciso tirar aquela pelinha insistente. Tinha todas as precauções do mundo, e acho incrível que manicures ainda tirem um alicate da caixa, assim, sem esterilização, para fazer a mão das clientes (sim, isso ainda existe. Vi perto de casa e nunca mais entrei nesse salão). Não é só o risco que eu corria, mas o risco que todas correm por conta de infecções e outras coisas.

A Márcia Cabrita fala, no Força na Peruca, sobre manter a beleza, mesmo depois que ela perdeu boa parte dos pelos e cabelos. Eu tive a sorte de não perdê-los, mas corri esse risco como todo paciente de quimioterapia. É importante se valorizar, manter alguma coisa, nem que seja a manicure, a maquiagem...

Enfim, para quem está em tratamento e não gosta muito do espelho: olhe primeiro para suas mãos; depois, use alguma maquiagem, coloque uma cor no rosto - nem que ela combine com sua roupa ou o lenço do cabelo, se estiver usando. Não quer sair de casa, não saia. Hoje. Amanhã quem sabe. E conte sempre com o apoio das pessoas queridas, sejam amigos ou família. Eles sabem que você é bonita de qualquer jeito.


terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

01 de fevereiro - 2011

Antes de mais nada, e com bastante atraso, Feliz Ano Novo, visitantes! Sei que meu último post foi em dezembro, até mesmo antes do Natal, mas não houve muito o que contar mesmo...

Foram Boas Festas, em família, e Reveillon também com a família. Foi muita correria no trabalho - estava em um ritmo bastante puxado, que não me permitiu, inclusive, fazer os exames de rotina nas datas desejadas. Era pra ter feito em novembro, e voltado na Dra. Mariana em dezembro; acabei fazendo em janeiro e voltando na médica no mesmo mês.

Antes que alguém pergunte, sim, está tudo em ordem. Nada, nenhum sinal da doença. Já tinha me livrado do port-a-cath, resta-me só a cicatriz (que não me incomoda, por sinal) e já está na agenda a data para os novos exames: agosto de 2011. Agora, Ressonância e Tomo sem contraste oral, melhor coisa do mundo! Ficar 2 horas tomando plasil no suquinho era horrível... As veias do braço continuam fininhas, chatas de pegar, mas dá-se um jeito.

No último post eu falava da importância de reagir. Tive até alguns comentários sobre isso. Semana passada conheci um rapaz cujo irmão estava se tratando da recidiva de um sarcoma no rosto. Puxado, bem puxado. Nos ossos da face. Ele teve há 5 anos, tratou-se, curou-se, mas atrasou em quase 1 ano o exame de rotina. Resultado: estava lá, de volta, mas ele demorou a voltar no médico. E quando começou o incômodo do que parecia uma sinusite, era o sarcoma de volta. Espero que ele se cure novamente, e que aprenda, mesmo que da pior forma, a manter seus exames em dia.

Li também que a Márcia Cabrita, do Força na Peruca, está 100%, e que ela não aguenta mais dar entrevista sobre a doença. Um dia acaba, viu? Acaba o assunto, acaba o assédio.

Bem vinda Fernanda Roig, do Rio Grande do Sul, que está indo pra 10a sessão de quimio e vai bem, obrigada; bem vindo Waldemir, que compartilha comigo do sorriso da Dra Mariana, e que vai tirar o port-a-cath logo, logo, ou assim que ela deixar; e por fim, bem vindos a todos os novos e antigos seguidores. Até o próximo post!